Solidão boémia

Um copo, uma garrafa de qualquer coisa que possua uma qualquer percentagem
de álcool...
O copo torna-se dispensável e inútil, contrariando o caráter
essencial da garrafa.
Umas horas de solidão, apenas a desfrutar a companhia da garrafa e do seu conteúdo ardente quando atravessa o corpo, como se fosse apagando quaisquer vestígios de dor, ansiedade e os fosse substituindo por uma alegria contagiante. É um curto momento de amnésia da vida, no melhor dos casos. São curtas horas onde o foco somos nós e garrafa, nós e o conteúdo líquido e ardente. Como se de duas velhas amigas se tratasse, na companhia uma da outra no silêncio da noite, abstendo-se à presença de terceiros. É um momento só nosso.